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Thelma & Louise: um retrato da luta feminina

Por Carolina Pulice · Em 9 de Maio de 2016

Há exatos vinte e cinco anos, o filme Thelma & Louise era lançado no cinema para entrar na lista de melhores filmes feministas já criados. O longa conta a história de duas amigas que decidem apenas viajar no fim de semana, contudo, a ocorrência de um crime muda suas vidas definitivamente.

Thelma e Louise, interpretadas respectivamente por Geena Davis e Susan Saradon, representam mulheres protagonistas da desconstrução do machismo instaurado nas mais variadas camadas sociais da época. Ambas têm vidas “normais”, sendo Louise garçonete de uma lanchonete e Thelma uma dona de casa casada com um marido opressor. Só que apesar da pesada vida cotidiana, decidem viajar juntas no fim de semana para descansar de suas rotinas e de seus companheiros.

Spoilers à parte, após Thelma sofrer uma tentativa de estupro em uma parada no meio da estrada e Louise atirar no agressor, elas decidem ir para o México, fugindo do delito realizado.

Isso se dá por conta de toda a repressão que sofreram por serem mulheres e, assim, a atitude a que tiveram que se submeter cai por terra quando percebem que não há outra alternativa a não ser fugir e tentar uma nova vida. E é a partir deste momento que elas passam a contestar e a reagir aos maus tratos que já sofreram.

A fuga lhes revela um lado desconhecido de suas vidas: esta as liberta. Tal processo é mostrado ao longo do filme com cenas muito simbólicas sobre a mudança das personagens. Um bom exemplo disso é a cena em que as duas estão arrumadas e maquiadas, e termina com os cabelos das personagens ao vento, sem maquiagem e vestindo apenas as roupas que queriam usar. Em uma cena, Louise chega a tentar passar um batom, mas fica irritada e o joga para fora do carro.

O final do filme é uma espécie de libertação. Vendo que não há mais escapatória, as amigas decidem dar um final excepcional para aquela vida de sofrimento e repressão. Mas calma, não vou dar spoiler!

A obra mostra as diferentes faces do machismo, seja ele por meio da violência física e sexual(estupro), psicológica (com ofensas de conotação sexual, bem como as relações com maridos abusivos) e emocional (como o abuso em relação à atração sexual e os flertes como forma de apropriação da mulher). Neste sentido, diferentes personagens homens representam o machismo, mostrando que este comportamento independe de cor, idade, condição ou posição social, sendo eles policiais, maridos, homens comuns que maltratam as mulheres.

Não só. O roteiro, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro em 1992, mostra o cotidiano de duas mulheres do mundo todo, as quais são diariamente vítimas do machismo. Elas se submetem às violências de todos os tipos, com medo de mudar de vida ou com medo de terem que encarar uma sociedade preconceituosa e intolerante. E por isso o filme é uma primazia do cinema social e engajado.

Portanto, se você ainda não assistiu, não espere até amanhã! Thelma e Louise tem que estar na lista de filmes que mudam nossa vida.

Assista ao trailer:

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Carolina Pulice

Carolina Pulice

Carolina Pulice é estudante de jornalismo. Adora discutir sobre tudo com todo mundo, e de escrever sobre todas essas coisas que tem pra se discutir.

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1 Comentário

  • Antonia Ataide disse: 13 de Maio de 2016 at 12:14

    Eu assisti esse filme… foi sensacional… Eu tinha acabado de sair da casa da minha mãe e ir viver com minha esposa… Era uma sensação de liberdade incrível e eu via o filme desta forma.
    Como você escreveu, ainda as mulheres vivem situações opressores, seja de companheiros, companheiras, pais, supostos amigos e mesmo empregadores. E não é fácil de libertar. Nos anos 70, por tudo que leio, pois eu era criança naquela época, a mulher não tinha liberdade não… nos Estados Unidos um pouco mais, mas no Brasil do militarismo, não. Eu estive lendo, e não me lembro onde, que, naquela época, se uma mulher estrupada fosse “honesta” (virgem), a pena do ofensor era mais pesada (sei…), mas se a mulher não fosse mais virgem, a pena do homem era abrandada. Pode ser um absurdo isso aí, mas não duvido que tenha sido assim.
    Parabéns pelo texto!

    Um abraço
    Antonia / Concatenando Ideias
    http://concatenardeideias.blogspot.com.br/

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