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Com Manifesto, Cate Blanchett merece levar mais um Oscar para casa

Por Ana Paula Souza · Em 25 de outubro de 2017

Manifesto não é um filme para iniciantes. Ao longo de pouco mais de duas horas, a obra do diretor Julian Rosenfeldt promove reflexões muito profundas sobre a arte e o papel de artista, as quais podem ser de uma compreensão pouco amistosa para quem não tem familiaridade com o tema. No entanto, não é preciso ser especialista nas artes para ser capaz de admirar e reconhecer o talento de Cate Blanchett na interpretação das 13 personagens principais do filme.

Cate Blanchett vai além do que você imagina

Imaginar uma pessoa interpretando outras 13 ao mesmo tempo gera expectativas. Na sessão exclusiva, por exemplo, a maior parte dos jornalistas esperavam que a atuação de Cate Blanchett se tornasse um mais do mesmo em algum momento da obra. Porém, logo na primeira cena de Manifesto, quando Cate interpreta um morador de rua, percebe-se que a atriz poderá ser tudo, mas não rasa em suas atuações.

Mesmo se não houvesse o recurso da maquiagem, o grande domínio de suas expressões faciais e vocais já seriam o suficiente para Cate Blanchett se transformar em outra pessoa. Ao assistir Manifesto, é impossível não se impressionar com o fato de que, do morador de rua à colecionadora de arte, passando pela operária sem vícios e pela roqueira chapada, todas as personagens são interpretadas pela mesma atriz. E mais impressionante ainda é o fato de que a atuação de Cate para cada uma das personagens não lembra em nada as suas atuações em filmes como Blue Jasmine ou O Aviador.

Indo além, também é surpreendente como Cate conduz situações aparentemente non sense com grande maestria. É possível que outro intérprete vacilasse diante de cenas como a de uma professora que faz seus alunos do jardim de infância refletirem de maneira irônica sobre a originalidade da arte, ou a de uma tradicional dona de casa que, em uma espécie de oração pré-refeição, faz sua família, inclusive as crianças, agradecerem pelo caráter erótico da arte. Porém, Cate não é iniciante, e suas interpretações em Manifesto não deixam dúvidas sobre sua experiência como atriz.

Mais mulheres deveriam ter chances como a de Cate

Também não há dúvidas sobre o fato de que a indústria cinematográfica privilegia os homens. Os maiores salários são masculinos, a maior parte das premiações vai para mãos masculinas e, não raramente, os melhores papéis também são feitos para eles. Nesse sentido, é muito significativo que justamente uma mulher tenha sido escolhida para estrelar Manifesto. Ao dar vida a personagens tão diferentes, Cate Blanchett acaba fazendo um manifesto em prol do seu talento e do talento de todas as mulheres. Julian Rosenfeldt não fez mais do que a sua obrigação ao dar espaço para uma atriz demonstrar o seu talento em um filme de grande complexidade, mas quantos estão dispostos a isso? Muito poucos. E cabe a nós continuar pressionando a indústria para que cada vez mais mulheres tenham tantas oportunidades incríveis quanto Cate Blanchett em Manifesto.

Cate BlanchettCinemaCulturaFilmesManifesto
Ana Paula Souza

Ana Paula Souza

Editora do Lado M. Jornalista, gosta de biografias, principalmente aquelas de gente como a gente. Não acredita em estereótipos, duvida dos pessimistas e é uma sonhadora sem reabilitação.

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